Eddie Redmayne (Os Miseráveis) protagoniza Stephen, atuação que mereceu o conquistado Oscar de melhor ator. O ator conseguiu transmitir todo sentimento e sofrimento vivido pelo físico, com seus momentos de alegria que ainda restavam em seus poucos movimentos na face.

É possível sentir desespero e dor, de uma grande inteligência aprisionada em corpo paralisado. Além de sua semelhança com Hawking, Redmayne se preparou durante 4 meses, com ajuda de um fisioterapeuta, para conseguir passar longas horas em posições desconfortáveis e tortas na cadeira de rodas, buscando a maior sensação de realidade possível com o personagem.

O filme divide em proporções equilibradas a importância do protagonista e seu ponto de sustenção, neste caso, a delicada e agradável Felicity Jones (O Espetacular Homem-Aranha 2: A Ameaça de Electro) que interpreta Jane Hawking com simplicidade e maturidade.

É possível entender e relevar as atitudes de Jane que estava sufocada por uma vida de dedicação aos filhos e maridos. O tempo ao lado de Hawking custou seu futuro acadêmico e profissional, em um processo de anulação pessoal claramente passado pela atriz, que consegue passear de ingênua a jovial, para um ser depressivo e maduro, de forma orgânica e real. Devemos mencionar a maquiagem impecável que ajuda no transpasse de sentimentos.

A linda fotografia do filme de Benoît Delhomme (O Homem Mais Procurado) com cores amarelas e vermelhas, dão força aos problemas conjugais do casal que são pioradas pela doença cruel. Mas o olhar do filme, vai para além disso, vai para as batalhas travadas para enfrentar os obstáculos da vida. Em ambos os lados existe a luta, a vontade de viver e claramente ajudar. Observamos o amor de diversas formas e em vários lugares, possibilitando a existência de uma história interessantíssima, que nos faz olhar se uma outra maneira para os problemas pequenos diários e buscarmos inspiração naqueles que vencem mesmo presenciando complicadas experiências humanas.